Autoridades sanitárias do mundo todo estão avaliando os medicamentos para hipertensão arterial com princípios ativos do tipo “sartanas”, tais como valsartana, losartana, entre outros. A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) identificou a presença de impurezas nitrosaminas, como a N-nitrosodimetilamina (NDMA) e a N-nitrosodietilamina (NDEA), no princípio ativo valsartana produzido por uma empresa chinesa, o que ocasionou um recolhimento em escala global dos lotes afetados.
As nitrosaminas estão presentes em alimentos naturais, processados e até na água, em quantidades ínfimas que não representam risco à saúde. A exposição a longo prazo estaria associada a um aumento da probabilidade de desenvolvimento de câncer. “Esse controle é fundamental para garantir a segurança dos pacientes. Existem medicamentos de mesmo valor terapêutico disponíveis no mercado que não foram impactados pelo recall“, alerta o diretor do Hospital Dia do Incor e Coordenador do Projeto de IC da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (SOCESP), Múcio Oliveira. O especialista também ressalta que é importante que o paciente verifique se o medicamento está na lista de recolhimento.
No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) está seguindo os protocolos de recolhimento de lotes específicos dos medicamentos par hipertensão afetados, uma estratégia alinhada internacionalmente. A Agência também aprovou recentemente um novo regulamento sobre este tipo de impurezas, assegurando um controle sanitário adequado. A relação de fabricantes impactados pelo recall está disponível no site da Anvisa.
Pacientes em tratamento com medicamentos para hipertensão: o que fazer?
Pacientes devem conferir no site da Anvisa a lista de medicamentos para hipertensão que estão sendo recolhidos, verificando nome, fabricante e lote (impresso na caixa). Mesmo que o produto esteja entre os relacionados, a agência orienta a não interromper o tratamento, mas conversar com o farmacêutico e o médico para providenciar a troca por um de valor terapêutico igual.
Dados alarmantes sobre a hipertensão
A hipertensão é uma doença crônica comum e altamente negligenciada. Se não for tratada da forma correta, pode reduzir a expectativa de vida em até cinco anos e ocasionar outras doenças cardiovasculares, como infarto e Acidente Vascular Cerebral (AVC) – segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), essas enfermidades representam a principal causa de morte no mundo.
O Brasil, em particular, tem vivenciado a ocorrência precoce do problema, que atinge 36 milhões de pessoas. A valsartana, fármaco anti-hipertensivo oral, patenteado no mercado norte-americano na década de 1990 pela Novartis, funciona como bloqueador seletivo do receptor da angiotensina II (ARB), que relaxa os vasos sanguíneos e, consequentemente, reduz a pressão arterial.
Fonte: Guia da Farmácia
Foto: Shutterstock
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