O Brasil ainda não consegue respirar aliviado quando o assunto é câncer, doença que tem crescido nos últimos anos no País e que em 2050 deverá ser a maior causa de mortes no mundo. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), em 2014, 576 mil casos foram diagnosticados na população brasileira.

Enquanto o Brasil leva em média 14 meses para aprovar um pedido de estudo sobre um novo medicamento, alguns países da América do Sul, os Estados Unidos e nações da Europa aprovam os mesmos produtos em menos de seis meses.

O presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (Sboc), Evanius Wiermann, ressalta que esse cenário está trazendo prejuízos ao tratamento. ?O governo centraliza muito a incorporação de novos tratamentos e medicamentos. Por questões burocráticas, isso demora muito para entrar no mercado?.

Atualmente 11 medicamentos de alta complexidade e importância ainda não foram aprovados, deixando angustiados médicos e pacientes, à espera de liberação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Em mais de 70 países eles já estão liberados. Em desespero, muitos pacientes têm recorrido à Justiça para terem acesso ao medicamento, mesmo sem a regulamentação da Agência.

Esta lentidão, segundo grande parte dos médicos, acaba sendo um obstáculo a mais nessa difícil caminhada que o paciente de câncer tem de encarar. As críticas maiores recaem sobre os procedimentos da Anvisa neste sentido, garantindo que o País perde competitividade no mercado.