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Reajustes na saúde devem superar inflação
25/02/2015 08:52:13
A inflação voltou para o topo da lista de preocupações dos brasileiros. E, se os 7,27% projetados para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA) neste ano tiram o sono de economistas, a projeção de que a inflação médica suba 18,09% não traz alívio ao bolso do consumidor. A estimativa para o Brasil da Variação do Custo Médico e Hospitalar (VCMH) está muito acima da média mundial, prevista em alta de 10,15%, segundo um estudo global da consultoria de benefícios e capital humano Aon. Se confirmado o resultado, a inflação médica no Brasil terá um crescimento de 11,2% em relação ao ano passado, quando foi de 16,12%.
Ou seja, o resultado ficará ao menos dez pontos percentuais acima da inflação oficial medida pelo IPCA do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). ?O Brasil já vem apresentando um valor de inflação médica bem elevada há algum tempo. Não resta dúvida de que há uma inflação de demanda: mais pessoas passaram a ter acesso aos planos de saúde, mas o incremento da infraestrutura não cresceu no mesmo ritmo. Podemos ver diariamente como os ambulatórios de hospitais privados estão lotados. Nos grandes centros urbanos, já é frequente adiar uma cirurgia eletiva por falta de leitos. Ou seja, os preços vão aumentar até que haja maior oferta?, diz o vice-presidente de benefícios globais e contas estratégicas para a América Latina da Aon, Humberto Torloni Filho.
Nem o fato de o Brasil possuir um sistema de saúde universal e gratuito por meio do Sistema Único de Saúde (SUS) alivia as pressões de alta nos planos privados. Torloni Filho reconhece que o País tem boas entidades de saúde governamentais ? como o Instituto do Coração (Incor) e a Rede Sarah Kubitschek ?, além de dar suporte importante na área de medicamentos, com produtos gratuitos e um programa de referência no tratamento da Aids. ?Ainda assim, há uma demanda crescente por atendimento e o fato das pessoas não estarem familiarizadas com o atendimento particular não ajuda?, diz.
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