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Projeto exclui do Código Penal crime de venda de medicamento falsificado 06/11/2014 08:52:13

Deputado justifica que a pena para a falsificação é maior que a de homicídio culposo e doloso simples.

A Câmara dos Deputados analisa o Projeto de Lei 8028/14, do deputado Cleber Verde (PRB-MA), que exclui do Código Penal (Decreto-lei 2.848/40) o crime de importação, venda, manutenção em depósito, distribuição ou entrega de produto medicinal ou terapêutico de procedência ignorada. Atualmente, a pena prevista para o crime é de reclusão de 10 a 15 anos e multa.

Cleber Verde explica que a pena anteriormente prevista para o crime era de um a três anos, e que o Código foi alterado pela chamada Lei dos Remédios (Lei 9.695/98), que incluiu essa prática no rol de crimes hediondos. Ele lembra que a alteração foi motivada pela descoberta maciça de medicamentos falsos, fabricados e comercializados no País.

Porém, para o deputado, há agora uma falta de harmonia entre o delito e a pena, e ?ofensa aos princípios da proporcionalidade e da razoabilidade?. Segundo ele, em muitos casos, o crime é punido com mais rigor do que tráfico de drogas e homicídio.

?O esporádico e pequeno traficante pode receber a exígua pena privativa de liberdade de um ano e oito meses?, afirma. "Constata-se, também, que a pena mínima cominada ao crime em debate excede em mais de três vezes a pena máxima do homicídio culposo e corresponde a quase o dobro da pena mínima do homicídio doloso simples.?

Para apontar a desproporcionalidade entre delito e pena, o parlamentar ressalta ainda que a importação de medicamento não registrado na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), considerada criminosa e hedionda pelo Código Penal, pode acarretar mera sanção administrativa de advertência pela Lei 6.437/77, que define as infrações à legislação sanitária.
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